Trabalhe Conosco

BLOG

Voltar

Mau Hálito tem tratamento ?

A halitose, termo que vem do latim halitus (ar expirado) e do sufixo grego osis (alteração patológica), refere-se a uma condição caracterizada por odor desagradável exalado na expiração. Ela pode ser fisiológica ou patológica, mas em ambos os casos envolve um hálito com cheiro ofensivo. Diversas situações clínicas podem estar associadas ao problema, especialmente quando sua origem não é bucal. Entre essas causas estão distúrbios gastrointestinais, alterações hepáticas e renais, doenças sistêmicas como diabetes e disfunções da tireoide, além de amigdalite caseosa, condições que afetam as vias aéreas superiores e o uso de determinados medicamentos.

Quando a halitose é de origem bucal, ela geralmente está relacionada a fatores como doença periodontal, gengivite, periodontites, baixo fluxo salivar e acúmulo de biofilme em próteses, restaurações desadaptadas e, principalmente, na língua — a chamada saburra lingual. Cerca de 90% dos casos têm causa bucal, o que coloca o cirurgião-dentista como o profissional responsável pelo diagnóstico e tratamento adequados.

Existe ainda a chamada halitose fisiológica, que acomete praticamente toda a população. Ela ocorre pela diminuição natural do fluxo salivar durante o sono e tende a desaparecer após a higiene bucal ou alimentação. Quando isso não acontece, é sinal de que pode haver uma halitose patológica que precisa de avaliação profissional. Há também fenômenos relacionados à percepção do odor, como a fadiga olfatória — quando a pessoa se acostuma com o próprio cheiro — e a Síndrome de Referência Olfatória, em que o paciente acredita ter mau hálito mesmo sem apresentar alteração real.

A incidência maior de halitose em idosos está associada a vários fatores: uso contínuo de medicamentos, presença de doenças sistêmicas nem sempre controladas, diminuição da coordenação motora que dificulta a higiene oral, uso de próteses, mudanças alimentares e menor ingestão de água. Esses elementos favorecem o acúmulo de saburra lingual, o ressecamento da boca e o surgimento de doença periodontal. A hidratação, aliás, é fundamental para prevenir o mau hálito. Beber aproximadamente dois litros de água por dia ajuda a manter a quantidade e qualidade da saliva, sendo essencial para limpeza, proteção e hidratação da boca, além de auxiliar na digestão e reduzir riscos de cáries, inflamações gengivais e halitose.

O diagnóstico da halitose é amplo e envolve desde uma anamnese detalhada até avaliação dos hábitos alimentares, exame clínico minucioso da língua, análise da produção de saliva (sialometria), exame organoléptico — que avalia o odor do ar expirado — e exames laboratoriais para investigar possíveis causas sistêmicas. Equipamentos como o Halimeter e o Oralchroma também podem ser utilizados, pois medem compostos sulfurados que contribuem para o mau odor.

A prevenção está diretamente ligada a uma higiene bucal bem feita. O uso diário de fio dental, escovação adequada e limpeza da língua com raspadores são fundamentais para reduzir o acúmulo de biofilme. O dentista, ao identificar a origem dessa formação bacteriana, poderá orientar o tratamento mais indicado. Em relação às terapias, existem desde soluções temporárias, como mascaradores de odor (balas, chicletes, cravo e enxaguantes), até opções paliativas, como substitutos salivares. No entanto, o tratamento efetivo depende da abordagem das causas específicas, que podem incluir o uso de sialogogos para estimular a salivação, pastas enzimáticas para boca seca, laserterapia, acupuntura, entre outros. Medidas profiláticas como uma dieta equilibrada, rica em fibras e minerais, ingestão adequada de água, evitar jejuns prolongados e reduzir alimentos ricos em gordura, proteína e enxofre — como café, alho, queijo, rúcula e canela — também ajudam a controlar a halitose. Em contrapartida, frutas cítricas e probióticos são considerados benéficos, pois estimulam a salivação, possuem ação antimicrobiana e ajudam na limpeza natural da boca.

Fonte: Revista da APCD – Volume 77.2


LGPD - Política de Privacidade
Receba nossa newsletter
Fique conectado
Acompanhe a JP Odonto
nas redes sociais

A JP Odonto se preocupa com você e sua privacidade

O nosso site usa cookies e outras tecnologias para personalizar a sua experiência e compreender como você e os outros visitantes usam o nosso site. Ao navegar pelo site, coletaremos tais informações para utilizá-las com estas finalidades. Caso não aceite, não faremos este rastreio, mas ainda usaremos os cookies necessários para o correto funcionamento do site.
Aceito
Saiba mais