Mau Hálito tem tratamento?
1- O que é a Halitose?
A palavra halitose deriva do latim halitus, que significa ar expirado (hálito), e do sufixo grego osis. que significa alteração patológica. Portanto, a palavra halitose define uma condição ou alteração do hálito. Tal condição pode ser classificada como fisiológica ou patológica, no entanto ambas sendo caracterizadas por odor ofensivo e desagradável, exalado na expiração.
2- Quais são as situações clínicas relacionadas com a halitose?
As principais causas de origem não bucal são: distúrbios gastrointestinais, alterações hepáticas e renais, doenças sistêmicas (diabetes, alterações da tireoide), amigdalite caseosa, alterações das vias aéreas superiores e o uso de alguns medicamentos.
3- O que é a halitose de origem bucal?
A halitose de origem bucal pode ser causada por diversos fatores, tais como, doença periodontal, presença de gengivite ou periodontites, baixo fluxo salivar, e acúmulo de biofilme (placa bacteriana) em próteses, em restaurações dentárias desadaptadas e principalmente na região da língua, o que chamamos de saburra lingual. As causas bucais da halitose correspondem a 90% dos casos, sendo o cirurgião dentista o responsável pelo diagnóstico e tratamento.
4- O que é a halitose fisiológica?
Halitose fisiológica atinge 100% da população mundial, devido à diminuição do fluxo salivar durante o sono. Após a realização da higiene bucal e/ou alimentação esse mau hálito deve desaparecer, caso contrário o paciente deve procurar ajuda para tratar uma possível halitose patológica.
5- O que é a Fadiga Olfatória e a Sindrome de Referência Olfatória?
A fadiga olfatória se caracteriza pelo fato do paciente se acostumar com o próprio cheiro do hálito. Na Síndrome de Referência Olfatória os pacientes acreditam que possuem halitose, porém não há.
6- Por que a maioria dos pacientes com halitose são idosos?
Nessa faixa etária há um aumento na halitose, porque se consomem mais medicações, há doenças sistêmicas nem sempre controladas, há menor
coordenação motora e por isso a higiene oral fica comprometida. Também temos a mudança de hábitos alimentares pelo uso de próteses e dificuldades de ingerir alimentos mais duros, além da baixa ingestão de água favorecendo acúmulo de saburra lingual, redução do fluxo salivar e doença periodontal.
7- Por que a ingestão de água é tão importante para evitar a halitose?
Beber aproximadamente 2 litros de água por dia ajuda a manter uma quantidade e qualidade de saliva ideal, favorecendo a limpeza,a proteção e a hidratação de toda a boca e dentes, mantendo os níveis corretos dos minerais, prevenindo halitose, cáries, inflamações gengivais e facilitando a digestão.
8- Quais são os métodos de diagnóstico da halitose?
Os métodos de diagnóstico vão desde uma anamnese bem detalhada para se conhecer o paciente, avaliação dos hábitos alimentares, exame clínico minucioso (avaliação da língua), exame salivar (sialometria), exame organoléptico (avaliação do ar expirado pelo nariz e boca) e exames laboratoriais para investigar causas sistêmicas. Existe dois equipamentos, Halimeter e Oralchroma, que medem compostos de enxofre e auxiliam no diagnóstico.
9- Como uma boa higiene bucal contribui na prevenção da halitose?
É importante ressaltar que uma boa higiene contribui para uma saúde bucal equilibrada. O uso de fio dental após as refeições principais, escovação dos dentes e o uso de limpadores de língua para eliminar a saburra que fica acumulada naquela região.
O Cirurgião-Dentista identificará porque o paciente apresenta a formação desse biofilme lingual, para determinar o tratamento ideal.
10- Quais são os tratamentos para a halitose?
Há tratamentos temporários que incluem mascaradores de odor forte (enxaguantes, bala, chiclete e cravo).
Há os tratamentos paliativos como substituto salivar artificial. Mas o ideal é realizar o tratamento das causas encontradas, usando por exemplo, sialogogos (são medicações para estimular a salivação), uso de pastas especiais como enzimáticas para a boca seca, laserterapia, acupuntura, entre outros. Tratamentos profiláticos incluem uma boa higienização bucal com a limpeza da língua, dieta balanceada e rica em fibras minerais, ingestão de água na quantidade aproximada de 2 litros por dia, evitar jejuns prolongados, evitar alimentos ricos em gordura, proteína e enxofre como rúcula, canela, café, alho, queijos, entre
Outro. Alimentos benéficos: frutas citricas que estimulam a salivação, por possuírem ação antimicrobiana e promoverem a limpeza da boca além do uso de probióticos.
Fonte: Revista da APCD- volume 77.2